A Freguesia de São João de Meriti
A primeira Igreja de taipa que
abrigou a matriz da Freguesia de São João Baptista foi construída em 1645,
criada pelo Prelado Antônio Marins Loureiro, na localidade de Trairaponga, localizada
num outeiro às margens da Baía de Guanabara, em frente à foz do Rio Meriti.[1]
Em 10 de fevereiro de 1647, ela recebeu a autorização régia por meio de um
alvará criando a Freguesia de São João Baptista de Trairaponga.[2]
A capela de São João Baptista de Trairaponga permaneceu no seu sítio original
até 1660.[3]
A localização dessa primeira
capela corresponde a uma elevação em que há uma alça de acesso ao viaduto sobre
a Rodovia Washington Luís que conduz ao Bairro Vinte e Cinco de Agosto, no
atual território do Município de Duque de Caxias.
Posteriormente, outra Igreja
foi construída de pedra e cal, próxima às margens do Rio Meriti, sendo
transferida a pia baptismal. O deslocamento da matriz para essa nova capela, em
local mais próximo ao Rio Meriti, proporcionou a mudança de seu nome para São
João Baptista de Meriti. Essa igreja localizava-se onde hoje está a Igreja de Santa Teresinha, no
bairro de Parque Lafaiete, no município de Duque de Caxias.
Entretanto, essa nova capela
entrou em ruína e a comunidade passou a utilizar a Capela de N. Senhora da
Conceição, situada no porto da freguesia, levantada por João Corrêa Ximenes, em
1708. Essa capela foi utilizada como matriz da freguesia de 1708 até 1747,
quando a nova matriz foi reedificada no mesmo local da anterior.[4]
Essa Igreja manteve-se em atividade até a primeira metade do século XIX, quando em 1855, uma epidemia de cólera devastou as fazendas da freguesia desestabilizando a estrutura demográfica. Com isso, as atividades agrícolas entraram em colapso e o local onde estava a igreja voltou a ser afetado pelo tempo. Em função da diminuição do número de fregueses a matriz retornou para a Capela de N. S. da Conceição da Pavuna, algumas fontes mencionam que foi a da Fazenda dos Telles de Menezes. Porém, uma nova Matriz foi idealizada no local mais promissor da freguesia na confluência do Porto da Pavuna, da Estrada de Terra Firme e da Estrada da Polícia. Assim, na margem esquerda do Arraial da Pavuna, em terreno da Antiga Fazenda do Carrapato, surgiria a nova Igreja da Matriz da Freguesia de São João Baptista de Meriti.
A construção da nova Igreja Matriz da Freguesia de São João de Meriti
teve início, em 1875, com a doação do terreno pelo Comendador Tavares Guerra.
Quando José do Patrocínio visitou a freguesia em 1886, em comemoração à
conclusão das obras de abertura do Canal Artificial da Pavuna, a Igreja da
Matriz ainda estava nos alicerces. Inclusive, José do Patrocínio contribuiu com
dinheiro para as obras da igreja, além de prometer que a Princesa Isabel também
doaria dinheiro para a compra da pia batismal e castiçais. Essa doação feita
por José do Patrocínio foi de fundamental importância para facilitar a
edificação do templo.[5]
[1] MAIA
FORTE, Matoso. Memória da Fundação de Iguassú. Rio de Janeiro: Typografia do
Jornal do Comércio, 1933. p.24.
[2]
PIZARRO E ARAÚJO, José de Souza. Memórias Históricas do Rio de Janeiro: e das
províncias anexas à jurisdição do Estado do Brasil. Tomo III. Rio de Janeiro:
Imprensa Régia, 1820. p.13.
[3]
TORRES, Gênsis. História da Baixada Fluminense. Baixada Fácil. Disponível
em:<https://baixadafacil.com.br/historia-da-baixada> Acessado em:
13/11/2020.
[4]
MAIA FORTE, Matoso. Memória da Fundação de Iguassú. Rio de Janeiro: Typografia
do Jornal do Comércio, 1933. p.24-25.
[5]
MEDEIROS, Arlindo de. Memória Histórica de São João de Meriti. São João de
Meriti: Ed. do Autor, 1958. p. 6.
Excelente conteúdo. Parabéns!
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